A partir do momento em que uma personagem nasce ela age sozinha. Cabe ao escritor colocar o palco e a música para ela dançar. A dançarina dança conforme o ritmo da música e principalmente conforme o seu próprio ritmo. Quem força a dança mata a dançarina e passa a fazer um show de marionetes.

Se você não brinca assim está apenas contando uma história.

Fragmentos de Flores

Confesso que as vezes roubo as coisas da Realidade. Ora faço dos cacos de memória vidro verde, apedrejo com agudas grafitadas os vidros das janelas de tornos, ou simplesmente assalto seus cenários e personagens com retinas nervos e nanquim. Corto do Real um trecho e o transmuto em palavras faltadas em outros Reais.

Meu pecado é o corte, a cópia. Mas se copio, faço em função de todos aqueles que não puderam estar por traz de meus olhos naquele momento. Copio para dizer como lindo pode ser um retrato teu, homem. Copio teu ego, teu ódio, teu pesar. Tua vinda, teu sorriso, tua lagrima mal caída. Teu sopro de loucura solitária, tua musica cantada no limbo do ser. Tua morte, renascer. Canto a copia do teu amor. Porém, nunca cantarei com uma voz tão bela quanto a tua!

***

Hoje o canto copiado é de amor. Os capturados são duas Rosas aladas e um inseto embriagado de suas magias perfumadas. Das Rosas digo o trivial, pois falarei mais posteriormente. Uma era muito jovem e confusa em suas tímidas pétalas quase brotadas. A outra, porém, exalava um perfume já adocicado e elaborado por muito em seu interior. Suas cores cintilavam a todos que apreciavam flores. O inseto era tão jovem quanto a Rosa abotoada. Sabia pouco do mundo, vivia entrelaçado ao que via e ao enxergado. (conheci pouco destes personagens. Na verdade só os vi apenas uma vez enquanto vagava nas idéias escritas de Fernando Álvares de Sonarca. Uma única cena devaneada do Sonho foi suficiente para meu amor surgir por esses três seres)

Eles estavam em meio a outros, como formigas em formigueiros. A função deles era se preparar para uma função ainda não reconhecida. (Falarei um pouco do pouco que pude ver desse povo) Numa sala os homens se reuniam para ouvir os segredos do mundo como se fossem informações triviais. Passavam a vida canalizando o mundo para o conforto de poucos. Trabalhavam as cegas de prazeres e cegavam os olhos para os que ficavam no caminho. Alguns até se esqueciam do prazer do conhecimento. Da sopa rala oferecida só engoliam os nacos de carne seca. Pobres eram os homens desse mundo. (Não quero dizer muito e também não tenho muito a dizer. Vi pouco, só um relance. Como queria ter puxado uma cadeira e ouvido todas as palavras daquela Rosa... Mas chega de opiniões de um mundo que não vi, pouco importa o que penso sobre eles. Hoje quero cantar o amor e não o destino desse povo.)

A pequena Rosa, quase que botão, sentava-se a frente dos outros. Passou todo o tempo que vi olhando o conhecimento e o digerindo ao máximo. Era bela em seu envergonhar, sua sabedoria era guardada para si própria. Mas não por egoísmos e sim por aflições. Nem todos gostavam de seus pensamentos e seus espinhos eram incapazes de ferir alguém. Mesmo assim, ela não se conformava. Tentava mostrar suas pétalas.

Do inseto posso dizer um pouco mais, ele era um pouco mais expressivo por olhar. Sentava-se sempre próximo a Rosa. Conhecia bastante do ler e ouvir. Mas pouco sabia do viver, era tímido, o que sabia vinha dos erros e acertos do outros. Era distraído, passava o dia olhando os outros e imaginando suas vidas. Seus olhos de continhas negras estavam sempre mirando pontos diferentes. Porém, ao olhar a jovem Rosa o inseto se encantava além de todo encanto que já tinha visto. Contemplava seus atos de flor, olhava suas pétalas crescerem e se encantava com o esforço que a pequena florzinha fazia para iluminar o mundo. Não, ele não a incomodava, não procurava por onde extrair seu néctar. Contemplá-la já era mais que esplendoroso.

"Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para fazê-lo feliz quanto a contempla."

Sim, ele era um pobre apaixonado. Acredito que já tinha conhecimento desse estado. Mas não posso dizer com certeza, nunca se pode ter certeza quando o assunto é humano. Fiquei olhando os dois por alguns segundos que me pareceram muito mais que segundos. A pequena rosa sempre compenetrada e o inseto sempre a contemplar sua compenetração. Voava ao seu redor encantado com a luz de suas pétalas quase fechadas.

Mas que por minha surpresa, e a de meus amigos universais, uma Rosa madura surgiu. Chegou e encantou a todos que podiam sentir cheiros perfumados. Foi como se um anjo de luz sofiana descesse e tocasse os corações daqueles dois, pois eles se deixariam tocar. A jovem Rosa e o inseto se apaixonaram por aquele brilho intenso de saber. As pétalas suntuosas da Rosa eram incontestavelmente belas. Cheias de complexas elaborações simplórias. Não era de uma exuberância nem vulgar, nem fútil. Exuberava sabedoria e afeição. (Também me apaixonei pela Rosa, era de pessoas como ela que surgiriam as poucas possibilidades de salvar esse povo. O mundo desses homens era cheio de técnicas complexas. Mas isso os cegou de novo... o bom é saber que alguns poucos vivem para passar a diante o bom e velho Sentir. Como amo as Rosas.)

Com o falar perfumado da Rosa desabrochada, a pequena Rosa envergonhada tomou coragem de se sentir confortável para exalar seu perfume e mostrar suas cores. Elas conversaram em freqüências de vermelho a violeta. Em fragrância amargas e doces. Os olhos úmidos de orvalho da jovem rosa cintilavam um brilho intenso de curiosidade e conforto. Já os olhos petalosos da Rosa madura encantavam-se de nostalgias passadas. Ao inseto restou o encanto mais belo: Ver a vida transpor a paixão do existir.

"Cogito, ergo sum"

Éramos espectadores, o inseto e eu. Tão belo foi ver aquele momento. A jovem contemplando um possível futuro de pétalas cheirosas de luz. E a madura nostalgiando seu passado através de um jovem botão. Não pude ficar tempo suficiente para ver qual foi o destino destes personagens. Imagino se a jovem se tornou madura ou perdeu-se pelo mundo dos homens. Não sei se o pequeno inseto teve coragem de expor seus sentimentos. Não sei se a Rosa voltou a ver aqueles dois. De vez em quando me pego vagando por possibilidades, talvez eu venha a escrevê-las. Não hoje. Isso é uma corte copiado, não colocarei meu dedo na vida destes belos seres. Só espero que os homens dessa Terra não destruam o amor que ainda resta.

***


*Fragmento de alguma coisa ainda não existente e papel. É um presente para você! Uma foto de palavras que tirei em um momento lindo. Espero que essa imagém se eternise na mente de alguém. Você sabe que não sei escrever, só sei desenhar.*

Fragmentos a Vapor

... Não sabendo para onde fugir Ooiavct cai em um buraco que o protege das balas. Porem ao cair ele bate fortemente a cabeça contra uma pedra e desmaia.
Ao acordar se depara com a gigantesca criatura que se aproximava lentamente. Seus "olhos" emitiam uma luz ofuscante e seus passos causavam tremores e estrondos. O cheiro do metal enferrujado invadia as narinas de Ooiavct sem hesitar. Seu coração batia mais rápido a cada passo do gigante que caminhava sem duvida alguma a seu encontro. ...

Olhos Teus (sendo editado)

Olhando de longe com os olhos da razão
Te vejo pequena e infantil
Meigas ações de criança
Que muda suas feições a cada balaço de gangorra
Porem nos teus olhos disfarçados de mentirinhas tão lúdicas
vejo meus os olhos de razão se contradizerem com os olhos da emoção
Dizendo que conhecer-te só é possível através desse olhar
Olhos teus, intrigantes olhos teus
Podem os olhos mentir? Tantos os meus quanto os teus
Quem é a dona deste olhar? Quem ela se tornará?
Quanto medo tenho destas respostas
E vocês, olhos intrigantes.
Só me dizem que tua possuidora é maior que o maior que tanto idealizei.

Fragmentos do primeiro amanhecer

De repente eu percebi o que o futuro guardava para mim. De um lado o ultimo povo do sul que resistia bravamente ao exercito inorgânico de .... Do outro meu filho. O líder adormecido da tropa de andróides nórdicos vitima de meu erro mais estúpido. Como eu queria tomar seu lugar filho. Como deixei isso acontecer? Agora, diante de mim, meu filho adormecido, um punhal e a presença pesada e dolorosa da duvida. Salvar-te, filho meu, significa matar milhões. E matar-te, significa adiar uma carnificina maior.

Capitulo 1

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..

...

(faz tanto tempo que penso em escrever essa história que ela já não é a mesma... Mas acho que mudou pra melhor. Preciso continuar... Boa noite.)

Fragmentos de Luz

A morte era algo inevitável para Lakma. Mas isso o confortava, pois o mundo como esta não merece a vida de qualquer tipo de ser. Melhor seria se todos pudessem vagar como ele pelos confins mais vagos da mente. Lakma esperava a muito pela verdadeira liberdade. Mas ainda precisavam muito dele. E de todo o seu novo mundo.

No último corredor

Ainda somos cegos por enxergar demais?
Tantas cores, tons e luzes. Para onde ir?
Razão atraída pela emoção.
E traída!
Por favor, onde ficam os pãezinhos?
No último corredor senhora, no último corredor.

Os Grandes Centros

Pessoas frias como o numero de suas identidades.
É isso que vejo quando vou ao trabalho.
Manhã seca, caminhos longos, becos apertados, pessoas sem face.
Eu diria "bom dia seu Joaquim, Bom dia dona Joana". Não vou me atrazar
Quando chegar... Vou esperar o almoço.
Não sei o que faço.
Copy, paste.
Copy, paste, list, delete.
Agora sim. Cerveja com tédio.
Mas não muito porque amanhã acordo cedo.